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Falta de controle de qualidade pode fechar indústrias alimentícias


Proibições recentes da Anvisa expõem a necessidade de rastreabilidade nos processos; órgão exige controle dos lotes e validades visando a segurança de alimentos e saúde do consumidor

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), determinou o recolhimento nos estabelecimentos comerciais de todas as linhas de maionese de uma conhecida fábrica de molhos e conservas situada em Monte Alto (São Paulo). A empresa já havia sido suspensa de produzir e comercializar seus produtos devido ao uso de urucum, um corante natural, que estava vencido, além de ter sido notificada por falhas graves relacionadas à higiene, controle de qualidade e segurança de matérias-primas, controle de pragas, rastreabilidade e outras.

Em dezembro de 2022, uma unidade do Rio Grande do Sul da mesma empresa foi investigada pela suspeita de crime contra as relações de consumo devido a quatro relatos de contaminação por formação de bolor em sachês de molhos de tomate.

Outro caso grave relacionado à contaminação por falha no processo de fabricação foi o de uma cervejaria de Belo Horizonte (Minas Gerais), que levou 10 pessoas à morte e deixou cerca de outras 14 vítimas com sequelas devido à intoxicação com dietilenoglicol, em 2019.

Em setembro de 2022, cinco empresas que produzem petiscos para cães tiveram que realizar recall dos seus produtos devido à exigência do Ministério da Agricultura. A contaminação do propilenoglicol por monoetilenoglicol levou ao menos 50 animais ao óbito.

De 2010 a 2022, houve o recall de 36 produtos de 23 fabricantes de alimentos no Brasil. Para o diretor da empresa de sistemas de gestão para indústrias Nomus, Thiago Leão, ter rastreabilidade nos processos de fabricação, identificando o caminho percorrido pelo produto desde a matéria-prima até o ponto de venda é primordial em todos os segmentos industriais. Na visão do especialista, para os mercados que têm relação com a segurança ou saúde, essa necessidade é ainda mais relevante.

“Ter um processo bem definido para identificação de lotes e a validade, além de tornar a fabricação adequada às exigências dos órgãos reguladores, permite que a empresa identifique facilmente a trajetória do produto e atue com rapidez em caso de alguma intercorrência”, comentou Thiago. “O avanço da tecnologia, através de software ERP, permite que a empresa encontre com apenas alguns cliques todas as atividades e pessoas envolvidas na fabricação de um determinado lote de um produto”, completou.

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