Por mais que o Governo queira voltar com o carro popular a um preço mais acessível para a população, as notícias não são tão boas
Quando o assunto é carro, independentemente do modelo, o que muitas pessoas desejam é que ele seja zero quilômetro, ou seja, um carro novo. Contudo, ter um carro novo no Brasil já não é mais uma coisa tão fácil. Até porque os preços por modelos assim já passam dos 140 mil reais. De acordo com um levantamento feito pela JATO Dynamics, a média de preço por um carro zero quilômetro no Brasil é de R$ 141.487,61. Esse valor teve uma alta de 90% nos últimos cinco anos.
A alta é vista em todas as categorias, inclusive nos carros ditos “populares”. Tanto que, recentemente até o presidente Lula fez críticas dizendo que um carro popular “não pode custar R$ 90 mil”.
Contudo, o próprio Governo Federal descartou a possibilidade de o carro popular voltar com modelos de R$ 50 mil. A realidade trabalhada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) é que essa categoria tenha uma faixa de preço mais perto dos R$ 60 mil. Para isso realmente acontecer, eles contam com vários subsídios e até mesmo com a ajuda dos estados.
De acordo com uma apuração, o ministro Geraldo Alckmin está correndo contra o tempo para fechar um pacote de medidas que possibilitará que o carro fique mais barato, ou pelo menos, menos caro. A previsão é que seja anunciado o pacote no dia 25 de maio durante um evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) para o Dia da Indústria.
Dentre as possibilidades para que o preço dos veículos chegue aos R$ 60 mil estão: o uso do FGTS como garantia no caso de inadimplência, corte de impostos, subsídio do governo nos juros do financiamento e uma simplificação dos carros populares.
Projeto repetido
Mesmo que isso pareça ser algo bom e que realmente irá acontecer, o projeto não é algo novo. As pessoas que tem mais de 35 anos podem se lembrar do chamado “Fusca do Itamar”, que era uma versão do Fusca lançado em um projeto parecido para que a indústria nacional fosse estimulada no começo dos anos 1990.
O modelo tinha os itens básicos, mas também sofria por não ter algumas coisas essenciais, como por exemplo, o retrovisor direito.
A versão do Fusca não foi totalmente errada, visto que funcionou com o propósito de estímulo. Contudo, pouco tempo depois ele foi descontinuado. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), na época, o carro custava R$ 7,5 mil e tinha um Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de somente 0,1%. Colocando nas condições atuais, esse modelo custaria R$ 80 mil.
Volta do carro popular
O espanto com o preço dos carros não é visto apenas pelo Governo. É claro que os consumidores também o veem e sentem em seus bolsos. Por isso que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC resolveu ajudar o presidente, de forma efetiva, a fazer com que um veículo com um preço mais acessível para a população volte a ser uma realidade.
Com isso em mente, Moisés Selerges, presidente do órgão, e os diretores Wellington Messias Damasceno e Aroaldo Oliveira da Silva, foram até Brasília para entregarem o “Estudo Setorial Automotivo: caminhões, ônibus e automóveis” ao presidente Lula.
Esse documento foi feito junto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e é como se fosse uma carta. Nele, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC listou os itens que eles acham que são importantes para que de fato o carro popular volte a existir no país.
Os pontos principais citados são o preço máximo que essa categoria deve ter e um aumento no prazo para que o consumidor possa pagar. O estudo diz que um carro popular deveria custar “em torno de R$ 50 mil”, e o modelo de pagamento deveria ser de entre 60 a 72 meses, ou seja, entre cinco e seis anos.
“Agora é necessário que a taxa básica de juros baixe para que haja acesso a financiamentos mais baratos. O Banco Central tem que ter responsabilidade com os empregos e os trabalhadores, essa é uma de suas finalidades. É abusivo e inaceitável o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano”, disse Selerges.
Outro ponto que o estudo ressaltou foi a necessidade de que a produção de veículos tenha uma nacionalização maior. Nesse ponto, ele diz que o governo tem que “incentivar a produção de veículos que considerem grau de nacionalização e quantidade”. Na visão do presidente do sindicato, se os componentes dos carros populares fossem feitos no nosso país, isso seria “bom para os pobres e para o Brasil como um todo”.
“O carro ‘impopular’ é a nova realidade, cada vez mais caro e longe do poder aquisitivo da população, além do crédito cada vez mais restrito. Portanto, o modelo automotivo atual é insustentável”, diz o estudo.
Fonte: Canaltech
Projeto repetido
Mesmo que isso pareça ser algo bom e que realmente irá acontecer, o projeto não é algo novo. As pessoas que tem mais de 35 anos podem se lembrar do chamado “Fusca do Itamar”, que era uma versão do Fusca lançado em um projeto parecido para que a indústria nacional fosse estimulada no começo dos anos 1990.
O modelo tinha os itens básicos, mas também sofria por não ter algumas coisas essenciais, como por exemplo, o retrovisor direito.
A versão do Fusca não foi totalmente errada, visto que funcionou com o propósito de estímulo. Contudo, pouco tempo depois ele foi descontinuado. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), na época, o carro custava R$ 7,5 mil e tinha um Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de somente 0,1%. Colocando nas condições atuais, esse modelo custaria R$ 80 mil.
Volta do carro popular
O espanto com o preço dos carros não é visto apenas pelo Governo. É claro que os consumidores também o veem e sentem em seus bolsos. Por isso que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC resolveu ajudar o presidente, de forma efetiva, a fazer com que um veículo com um preço mais acessível para a população volte a ser uma realidade.
Com isso em mente, Moisés Selerges, presidente do órgão, e os diretores Wellington Messias Damasceno e Aroaldo Oliveira da Silva, foram até Brasília para entregarem o “Estudo Setorial Automotivo: caminhões, ônibus e automóveis” ao presidente Lula.
Esse documento foi feito junto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e é como se fosse uma carta. Nele, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC listou os itens que eles acham que são importantes para que de fato o carro popular volte a existir no país.
Os pontos principais citados são o preço máximo que essa categoria deve ter e um aumento no prazo para que o consumidor possa pagar. O estudo diz que um carro popular deveria custar “em torno de R$ 50 mil”, e o modelo de pagamento deveria ser de entre 60 a 72 meses, ou seja, entre cinco e seis anos.
“Agora é necessário que a taxa básica de juros baixe para que haja acesso a financiamentos mais baratos. O Banco Central tem que ter responsabilidade com os empregos e os trabalhadores, essa é uma de suas finalidades. É abusivo e inaceitável o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manter a taxa em 13,75% ao ano”, disse Selerges.
Outro ponto que o estudo ressaltou foi a necessidade de que a produção de veículos tenha uma nacionalização maior. Nesse ponto, ele diz que o governo tem que “incentivar a produção de veículos que considerem grau de nacionalização e quantidade”. Na visão do presidente do sindicato, se os componentes dos carros populares fossem feitos no nosso país, isso seria “bom para os pobres e para o Brasil como um todo”.
“O carro ‘impopular’ é a nova realidade, cada vez mais caro e longe do poder aquisitivo da população, além do crédito cada vez mais restrito. Portanto, o modelo automotivo atual é insustentável”, diz o estudo.
Fonte: Canaltech
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